Harmony Clean Flat Responsive WordPress Blog Theme

Crepúsculo do Caos, de Derek Jarman

14:36 Unknown 0 Comentários Categoria :




“De que prova você precisa de que o mundo está murchando como uma folha de Outono? A tempestade está vindo para levá-lo ao inverno final. Você não sente que os dias estão ficando mais curtos?”

Jarman foi um cineasta, pintor, escritor e cenógrafo britânico. Em sua trajetória constam clipes produzidos para a banda The Smiths,  Sex Pistols e Pet Shop Boys. Destaca-se pela sua miscelânea de cores e sons em seus curtas e longas. Ele é uma espécie de Deus do cinema experimental, exímio em cada fotograma e em cada som.

Em “Crepúsculo do Caos”  a conjuntura é a Inglaterra dos anos 80. A questão política tumultuosa por conta da aversão ao Thatcherismo, que causou muito desemprego naquela época, e era o tipo de política que apenas favorecia aos burgueses.  Inclusive, a taxa de pobreza duplicou neste período e a disparidade de renda só aumentou. Então é neste panorama que se encontrava este longa, onde o inconformismo borbulhava.

A poética do filme é na linha visceral em estilo beatnick.  Quanto à fotografia, imagens espasmódicas e ligeiras. Cores em psicodelia, por vezes um bonito fúcsia avermelhado.  A câmera trêmula e guerras exteriores e interiores.  A ação do vento entre as árvores. Temos o colorido e também o sépia. A insurreição que emerge como uivos de uma alcateia. Ruídos. Sirene de polícia. Os prédios e o fogo, o fogo e os prédios. Um punk que se masturba em cima de uma pintura. Corpos nus no vermelho. Tilda Swinton em azul deitada em campos floridos. Depois a mesma Tilda com um vestido longo, que ela rasga e então logo mais dança sob o crepúsculo.  E uma melancolia em música instrumental.

O longa é uma experiência sensorial única, como uma sopa artística. Aclamado como um dos melhores projetos de Derek Jarman, é feito de uma estética excepcional em sua substância, como a maioria dos trabalhos produzidos por ele, claro.


POSTAGENS RELACIONADAS:

0 comentários