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Fallen Angels

20:47 Unknown 0 Comentários Categoria :

A história é centrada em uma mulher, seu sócio assassino, um menino mudo e seu pai, e outras pessoas que interagem com estes personagens.

O filme retrata a psicodélica Hong Kong dos anos 90. Seus bares, as majestosas jukeboxes, muita heineken em latinha, as ruas estreitas, os barulhos urbanos em alto tom e as luzes, ah, as luzes, as luzes de néon e o acervo de emoções caladas ou gritantes que elas representam.

O filme é do diretor chinês Wong Kar Wai, e foi o primeiro filme que assisti dele. Não poderia ter iniciado em seu mundo cinematográfico de melhor maneira. Fallen Angels é uma obra prima. As técnicas de filmagem são brilhantes e excêntricas. Na maior parte das cenas, a câmera parece estar em 360 graus,  também temos cenas em que o close é usado em demasia, mas não da maneira hollywoodiana, é diferente, é natural, simplista, e literalmente exerce a função de aproximação com o personagem. Não apenas de maneira visual, mas subjetiva. Percebemos melhor em seus rostos, deciframos suas oblíquas expressões e analisando tão de perto, vemos o pico de suas aflições.

Fallen Angels fala sobre dependência, cumplicidade e também sobre solidão. Há a mulher que é sócia do assassino, que freqüentemente arruma a casa dele, quando ele não está e nunca o vê. É uma parceria invisível. Um amor imbuído, mal resolvido.Há o garoto mudo que passa sua vida noturna em estabelecimentos que não são dele, mas que ele se diz proprietário. Mora com seu pai, e apesar de já ter idade para seriedade, continua um eterno menino e vê a vida de uma maneira frágil.

Destaque para o elenco do filme. Os atores são realmente talentosos. O jeito como se movem, suas falas e personalidade, são sólidas e realistas.

 Durante o filme, entendi que aquela fotografia "suja" se encaixava de maneira acolhedora. Eram os anos 90. A solidão dos apartamentos bagunçados, uma mulher vestida em látex, estabelecimentos meia-boca, a chuva lavando o concreto das ruas.



Wong Kar Wai  é uma lupa, com seu cinema poético, verossímil e humano.

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